domingo, 18 de novembro de 2012

Como um Soneto






Uma luz de sensibilidade enlaçou minhas mãos!

Seus olhos foram se entregando a essa nova razão,

à sublime sensação de pertencer aos meus desejos...

Seus passos foram pássaros esperados que feliz revejo...



Fantasia distante torna-se uma travessia de possibilidades...

Distraidamente, o tempo faz a esperança beijar a menina

e rapidamente sinto os dias se abrirem tão mais azuis...

Pousam secretos lábios na tez delicada da poesia.



As músicas escolhidas estremecem meu corpo adormecido.

Sua voz me envolve e chama as lágrimas num momento incontido...

Esse é o Amor, acendendo a vida que em nós existe.



Doce saudade do filme recente das lembranças, a vontade resiste!

Recria em mim aquelas asas; deixa eu sentir seus braços seguros!

Porque, suavemente, quero brindar sua promessa de Futuro.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Surpresa

Espatifei a ilusão .
Caiu assim, da minha mão,
como se o cansaço me vencesse.

Estilhacei a razão,
lancei-a ao mar, cismada,
mas ao fundo se foi... pesada.
E sorriu leve meu coração...

Claro que o medo veio tudo vasculhar...
Claro que a saudade está a lacrimejar...

Abri o peito feito cortina,
o vento entrou voando,
o tempo soou passando,
e , ainda assim...
uma vontade de viver repentina!

sábado, 28 de julho de 2012

Mora em mim

Mora em mim 
um mergulhador voraz
um menino assustado
um jogo complicado...

Mora em mim
uma ausência indolente
uma razão inquieta
uma luta discreta...

Mora em mim
o intruso do tempo
a visita do sonho 
o eclipse do não e do sim.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Bolhas de sabão


Ser uma bolha de sabão...
Vontade de partir
Vontade de não mais insistir
Na poesia do seu sorriso,
No cortejo da sua voz,
No ventre do tempo insípido.
Mas é a tua presença
A minha  bolha de sabão
Tão esperada
Tão efêmera
Tão lembrada
Teu sim e teu não?
Também são bolhas de sabão
Inesperadamente   explodem
Surpreendem minha mente...
Teu olhar  fica transparente,
Como bolha de sabão...
Brilham nele  possibilidades multicores
Que hipnotizam minha razão...
Ilusão?
Imagens que crio são igualmente
bolhas de sabão!
Sopro do vento: um raro desejo
E lá vem o destino  a espetar
Minha imaginação!
Como mágica  trágica desaparece
A imagem que enriquece
E suaviza esse triste coração.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Arriscar à sombra


                                                                                                                         Imagem: Carlinhos

Luzes do céu mudam ágeis
Quando o dia parece sem sentido
E se a alma está em paz
Posso arriscar  à sombra de meus delírios
Enrolar-me em pensamentos
 que quase não visitam essa calma...
Até  a  flor sabe esperar o tempo?
Suponho não ter outro jeito
Mas são tantos os desejos...
Os confrontos  me  esquecem...
Supero assim,  talvez,  dogmas infantis
E sorvo os sonhos que crescem rápido
Quando apenas relembro um sorriso. 

domingo, 8 de julho de 2012

Hoje


Felicidade finalmente acalenta a alma



O medo se perdeu no instante


Em que descobri sua vontade de mim


e assim, de repente...

Descobri em minh’alma uma coragem


Inimaginável


De ser maior que a luz...


Tua boca sempre foi

meu "Paraíso Perdido"


Agora a reencontro

tão doce como desejei...


 E a suavidade de seu olhar fundo


reconstroi ilusões possíveis!


Toco seu rosto como sonhei


E como pétala se abrindo ao sol


Descubro uma loucura


Capaz de suportar o silêncio


Meu desejo renasce em minhas mãos


Vida começa a perfumar


Antigos sonhos do coração...


Estou feliz porque posso te sonhar

sem ressalvas que me machuquem...


Estou incontrolavelmente


sendo eu mesma ...

Obrigada!







terça-feira, 12 de junho de 2012

Sorvo sonhos




A mensagem chega silenciosa
Conhece meu medo da dor
Já  se encosta como mãe
E desfia o dissabor

Mas eu já a esperava
Nem mexi os lábios inseguros
Sorri de fato
Como em tempos escuros

Não há surpresa no tom frio
Tampouco  alimento a  mágoa
Em meu gesto frágil ou senil
Confio na nova jornada

E embora  a terra trema
Os sentimentos  são simples
Mantenho a mente serena
Na casa, o som está vazio.

Não espero mais a mensagem
Sou ela, agora,  na intuição
Outros passos vou desenhando
Um a um na transformação.

Sorvo sonhos, névoas e  caos
Chego ao  meu tempo afinal
Metamorfose, inspiração
Calmaria, solidão
A palavra me recria.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sangro ao dizer.




Olha,

Sangro ao dizer:
Que minh'alma  está cálida
 Nesta indefinida despedida.
Agora,
o desencanto derrama
A velha chama.
Fim do convívio, do prazer.
Tremor no peito...
Quanta maldade
Nesta nova verdade:
Preciso te esquecer...
Olhos cheios de mar,
Mãos pendem perdidas...
Nunca mais a paz?
Holofotes brilham
Em antigas fotografias.
Meu coração está a escurecer!
Meu coração não pode te perder...
Só seu sorriso pra me avisar
Que de repente tudo vai mudar
Só queria saber...
Mas olha,
 sangro ao dizer
que tua pele em meus lábios
seria  luz e delírio
Desaguando murmúrios
Do íntimo.
Mas, agora,
Meu coração está a escurecer!
Meu coração não pode te perder...