sexta-feira, 5 de março de 2010

De Psiquê a Eros
Thaís Ismail



Já te disse que não posso revelar
A razão de tantas armas carregar
Já te disse que não posso te notar
A verdade fugiria ao teu olhar

Ainda assim não pude me conter
Quanto a dor me dilacerá até vencer?
Meus braços se esquivam de ter
O maior momento de todo prazer

É assim , perco-me, deixo-me iludir
As manhãs do futuro hão de partir
Nunca será a hora! Sei mentir ?!

Já sabes que não posso a ti amar
Ainda assim desejo te envolver
Então , pelo vento, um beijo a vagar...

( Livro : Letras Aladas, 2007)

Antigo hino de tempos adolescentes...


Metade
                                                               Oswaldo Montenegro

E que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo o que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o grito

Mas a outra metade é silêncio



Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que de tristeza

Que a mulher que eu amo

seja pra sempre amada

Mesmo que distante

Porque metade de mim é partida

E a outra metade é saudade



Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece

Nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta ao homem

Inundado de sentimento

porque metade de mim é o que eu ouço

Mas a outra metade é o que calo



Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz

que eu mereço

Que essa tensão que me correu por dentro

Seja, um dia, recompensada...

Porque metade de mim é o que penso

E a outra metade é um vulcão



Que o medo da solidão se afaste

Que o convívio comigo mesmo

se torne menos insuportável

Que o espelho reflita em meu rosto

Doce sorriso que me lembro ter dado

na infância

Porque metade de mim é a lembrança

do que fui...

a outra metade eu não sei...



Que não seja preciso

mais do que uma simples alegria

Para me fazer aquietar o espírito

E que teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

e a outra metade é cansaço



Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade

para fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia

E a outra metade é canção



E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade...

Também...

O que eu gostaria de ter escrito ....

" A criança não é uma garrafa que se deve encher, mas um fogo que se deve acender ." Montaigne


                                                                             

A conquista da Felicidade Por : Bertrand Russel , filósofo inglês.

A felicidade fundamental depende, mais do que qualquer outra coisa, do que se poderia chamar de interesse cordial pelas pessoas e pelas coisas.


         O interesse cordial pelas pessoas é uma forma de emoção afetiva, mas não uma forma envolvente e possessiva, em busca sempre de uma resposta enfática. Essa última forma é,muito freqüentemente, uma fonte de infelicidade. A espécie que contribui para a felicidade é aquela que nos faz gostar de apreciar as pessoas e encontrar prazer em seus característicos pessoais, que deseja fornecer um motivo para o interesse e o prazer daqueles com quem entramos em contacto, sem que desejemos adquirir poder sobre eles ou assegurar a sua admiração entusiástica. O indivíduo cuja atitude para com os outros seja, verdadeiramente, desta espécie, será uma fonte de felicidade, sendo, por sua vez, alvo da bondade dos outros. Suas relações com os demais, sejam elas ligeiras ou profundas, satisfarão tanto aos seus interesses como aos seus afetos; não se sentirá amargurado diante da ingratidão, já que raramente deparará com ela, e não tomará conhecimento dela, se surgir em seu caminho. As mesmas serão, para ele, uma fonte de calmo divertimento. Conseguirá sem esforço os resultados que um outro homem, após longos esforços, considerará inatingíveis. Sendo ele próprio feliz, será companheiro agradável, e isso lhe aumentará ainda mais a felicidade. Mas tudo isso tem de ser uma coisa genuína; não deve nascer de uma idéias de auto-sacrifício inspirada por um sentimento de dever. O sentimento de dever é útil no trabalho, mas ofensivo nas relações pessoais. As pessoas desejam ser apreciadas, e não suportadas com paciente resignação. Gostar-se espontaneamente e sem esforço de muitas pessoas constitui, talvez, a maior de todas as fontes de felicidade pessoal.

        O interesse cordial pelas coisas. Essa frase talvez possa parecer forçada; poder-se-á dizer que é impossível haver de nossa parte um sentimento cordial para com as coisas. Não obstante, há algo análogo à amizade na espécie de interesses que um geólogo sente pelas rochas, ou que um arqueólogo sente pelas ruínas, e este interesse deve ser um dos elementos em nossa atitude para com os indivíduos ou as sociedades.

De repente surge o botão, mas ao olhar de novo já vi a flor!!!!

            Tenho uma amiga chamada Malu, ela é a sensibilidade em pessoa; a elegância e a sutileza, a doçura e o exemplo. Aí, surgiu a nova amiga, Gizelda. e quando falo surgiu, é surgiu mesmo. Apareceu de repente, era só colega e , numa explosão de sentidos, ela chegou ! tenho conhecido muitos planetas com ela...
            Às vezes é muito difícil suportar a vida sem amigos. Colegas são apenas termômetros da nossa capacidade de socialização. Amigos não. Amigos são partes que se encaixam na nossa vida, a linha de Ariadne no labirinto do Minotauro.
           Esse blog parte dos maravilhosos aprendizados que tenho buscado ao lado delas! E vejam o que a Gi  escreveu ...


Gizelda disse...



Achei!!!!
Linda a diagramação,o layout e - o óbvio-a poesia de quem é poesia.
Mas, isso é só o começo. Você começa beijando a noite, depois beija o dia e, então, descobre-se beijando vc mesma.
Um encontro inenarrável.E, no mínimo, maravilhoso.
Parabéns pelos lindos textos partilhados e seja bem-vinda.
Beijos.
Por isso, acessem o blog dela  :  desassossego.blogspot.com