terça-feira, 12 de junho de 2012

Sorvo sonhos




A mensagem chega silenciosa
Conhece meu medo da dor
Já  se encosta como mãe
E desfia o dissabor

Mas eu já a esperava
Nem mexi os lábios inseguros
Sorri de fato
Como em tempos escuros

Não há surpresa no tom frio
Tampouco  alimento a  mágoa
Em meu gesto frágil ou senil
Confio na nova jornada

E embora  a terra trema
Os sentimentos  são simples
Mantenho a mente serena
Na casa, o som está vazio.

Não espero mais a mensagem
Sou ela, agora,  na intuição
Outros passos vou desenhando
Um a um na transformação.

Sorvo sonhos, névoas e  caos
Chego ao  meu tempo afinal
Metamorfose, inspiração
Calmaria, solidão
A palavra me recria.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sangro ao dizer.




Olha,

Sangro ao dizer:
Que minh'alma  está cálida
 Nesta indefinida despedida.
Agora,
o desencanto derrama
A velha chama.
Fim do convívio, do prazer.
Tremor no peito...
Quanta maldade
Nesta nova verdade:
Preciso te esquecer...
Olhos cheios de mar,
Mãos pendem perdidas...
Nunca mais a paz?
Holofotes brilham
Em antigas fotografias.
Meu coração está a escurecer!
Meu coração não pode te perder...
Só seu sorriso pra me avisar
Que de repente tudo vai mudar
Só queria saber...
Mas olha,
 sangro ao dizer
que tua pele em meus lábios
seria  luz e delírio
Desaguando murmúrios
Do íntimo.
Mas, agora,
Meu coração está a escurecer!
Meu coração não pode te perder...